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Apresentação
Nestes tempos nebulosos, algumas pessoas conseguem enxergar além da poeira tóxica da desumanidade. Emerson César definitivamente é desses visionários a quem a mira do cansaço jamais alcançará. Além de um autor criativo de belas e grandiosas conjunturas sociais que fundem realidade e imaginação, é daqueles que não foge dos embates necessários contra a imposição de um tempo que venera o individualismo. Emerson é um autor de resistência.
Ao ler O Último Homem, se é convocado a continuar resistindo. A obra implode o mundo atual e suas ausências sociais planejadas para mantê-lo à eterna sociedade das revoluções desidratadas. Traz à luz o desejo de um novo mundo materializado na “Cidade da Utopia”. Atrás da ficção científica muito bem construída, do humor que com sutileza rasga a carne das hipocrisias sociais, o autor esconde muita filosofia e esperança. Não por acaso, o último homem é um professor, há aí também a implícita homenagem àqueles que, violados e subjugados de todas as formas, fazem como nosso escritor, resistem.
O Último Homem mostra outra sociedade possível, mas com a dureza de quem sabe que o ser humano pode colocar tudo a perder. A obra brinca e ousa com o poder das máquinas que, escondidas no propósito de tornar a vida das pessoas mais fácil, apossam-se de nossas vidas e podem muito bem se tornar a nossa destruição. Déjà-vu ou premonição? O leitor decidirá.
Gil Costa
Autor de “Colonus – Heróis da Revolução” e “Soldado sem Bandeira”